domingo, 23 de outubro de 2011

Intertextualidade no Cinema

Jack La Motta (Robert de Niro), o “touro indomável” de Martin Scorcese, poderia ter sido um lutador muito melhor. Não fosse sua vida pessoal problemática, La Motta seria mais competitivo, talvez se igualasse ou superasse o seu grande adversário na época, Sugar Ray. Mas não o fez. Encerrou a carreira dramaticamente, afundou-se em problemas, veio a prisão e o fundo do poço. 

La Motta, no entanto, se reergueu, ainda que não completamente. Terminou a vida fazendo shows em casas noturnas de gosto duvidoso, mas pelo menos garantiu sua sobrevivência. Na cena final do filme, ele faz questão de citar outro boxeador, cujos infortúnios foram muito maiores: Terry Malloy. No monólogo final que encerra um de seus melhores filmes, Scorcese acerta em cheio ao lembrar a cena mais marcante de Sindicato dos Ladrões (On the Waterfront, 1954), do diretor Elia Kazam. O atestado de fracasso de Malloy se transforma em consolo para La Motta. “Alguns não têm tanta sorte”, diz, ao abrir o monólogo em frente ao espelho de seu camarim. Ele sim teve alguma, apesar de não muita, pelo menos soube o que é ser campeão. 

A intertextualidade entre os longas, aqui em uma citação direta, gerou duas cenas que valem a pena serem lembradas no post de hoje da seção Frames para Sempre.

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